sábado, 29 de janeiro de 2011

Alpha 12

O mundo se divide entre presunçosos intelectualoides e presunçosos marrentoides. Só que a cada freada brusca, todos se misturam.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Necessária anestesia

Olhando, olhando e só captando, sem interesse de intervir, de interagir, se meter, opinar, no máximo entender.
No máximo se perguntar, tentar saber, olhando expressões, intenções, ouvindo palavras ditas, tentando interpretar, decifrar, concluir algo.
Chega-se a uma compreensão, a uma sentença.
Mas larga-se de lado meses depois, dias depois, horas depois ou logo ali, na virada da esquina, na próxima cena. No novo desafio. E no novo desafio. E no novo desafio.
E o interesse vai diminuindo, definhando mesmo, passo a passo, muito e muito, até não se querer saber mais, se querer deixar para lá tudo na frente, tudo o que o em volta acha tão determinante.
Anestesia involuntária, que não se pediu, nem sequer se desejou, inclusive, tempos atrás, se rejeitou, se acreditava ser nociva.
Se é nociva, hoje, pouco ou nada importa. Vive-se os dias do tanto faz, do e daí, do quem sabe, do esquece isso.
Investigar pra quê? Supor... que nada! A desistência paira. Companheira, cheia de conselhos rápidos. Eficazes.
Anestesia, por favor!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Alpha 11

Você está dizendo realmente o que acredita ou o que foi adestrado a dizer para se encaixar?

Adão, seu porra!

Pomo de Adão é carga. Fosse nos ombros pesaria menos.
É na garganta. Logo de frente. Ao alcance dos olhos. Ao alcance dos carimbos, das discordâncias.
Responsabilidade nem sempre pedida, nem sempre própria, nem sempre aceita, nem sempre levada com dignidade.
Tem quem ostente, quem disfarce, quem queira se livrar, doído e engasgante que é, prazeroso e detonador, fardo e crachá, me perdoe e olha com quem está falando. Determinante.
Pesado e leve. Cobrança e afirmação. Medalha e deformidade.
Ficou aqui na garganta, não foi, pai?
É para levar sem culpa. No orgulho da testosterona circulante. Meu Y. Para esfregar na cara. Para provar que há o direito a carregá-lo.
Para duvidar. Desafiar quem discorda. Peitar. Duvidar de novo. Por que não posso?
Sei lá... Devo mesmo? Vou sim... Tenho chance?
Impulso e retrocesso. Raiva. Justiça. Desafio. Porrada. Hombridade. Teste a todo momento, um atrás do outro.
Valeu, Adão. Vou para o ringue, o tatame, a rua.
Vou sangrar e estancar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Substâncias

Sem química inorgânica, o ser humano é o ser humano raciocinado.
Com, é o ser humano radicalizado.
A diferença? Experimentar o real e o fictício.
Escolha que lado vai definir como o quê, apostar como o quê ou mixar como o quê. Você é humano também. Reconheça e conheça.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sempre se vai

Vai-se de cara.
Quando nada é muro, nada parece nem batente, corre-se, atira-se, segura-se.
Quando nada se assemelha, mesmo sendo igual, quando tudo é ilusório, pura confiança, pura deturpação.
Tudo é reflexo do que já foi. Mas deturpa-se. Involuntário ou não, nada se quer como perigo. Nada é  revoltante, é longe do degradante, perto do livre.
Rir por rir, agarrar por agarrar, enjeitar por enjeitar.
Beber por beber, lembrar por lembrar, lamentar por lamentar, esfriar por esfriar, deixar de lado por deixar, voltar a pensar por ser impossível não voltar a pensar.
Vai-se de cara. Recolhe-se. Vai-se de novo.
Tropeça-se. Religar. Vai-se de novo.
Recolhe-se. Uma parada longa.
Reflexão. Parada mais longa.
Não. Nunca mais de novo.
Por que não? Porque não.
Parada longa.
Por que não?
Vai-se de novo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tempo do inferno

1... 2... 3... 4... 5 anos passaram.
11... 10... 9... 8... 7.. 6... 5... 4... 3... 2... quase um mês. Meses passaram.
Ainda não passou.
Pois é. Fazer o quê? Não pude. Tentei, eu juro. Fiz de conta, até amenizou, ficou mais raro lembrar, dias e dias sem a memória atiçar. É menos ansioso, menos pulsante, só de leve muitas vezes, muitas mesmo.
Mas a contagem do tempo se sabe, não se escapa. Tempo é implacável. Tanto reduz quanto acelera, oscila. Tanto mata quanto ressuscita. Não é por crueldade. É por nada importar. Tempo não sente.
Se fosse sentido, calaria, só observaria, se compadeceria, ajudaria ou, ao menos, se afastaria.
Não gritava tão alto, na boca do ouvido, para estourar o tímpano, quando dá na telha.
Tempo não perdoa, nem condena, e perdoa e condena. Tá nem aí.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Errôneos

Um erro e outro. Mais um. De novo. Mais. Mais. Até aqui. Como pode? Inacreditável.
Um antigo erro agora descoberto. Vários antigos sendo revistos, renovados, lamentados, concertados, contornados, transferidos na covardia, largados no colo mais próximo, mas sempre martelando.
Não passam, não se esquece, não adianta, não tem como.
Amenizam-se uns. Amenizam-se muitos até. Mas não todos.
Um erro lembra outro, que lembra outro, que puxa outro.
Perseguem. Intoleráveis. Incrustados. Até imperceptíveis aos olhos alheios. Mas são cicatrizes aos donos.
Faz-se cara de quem não liga, de qual o problema?, de ser superior.
Fachada.
Lá dentro se sabe.
Lá dentro o outro também sabe, reconhece, também fez, se oculta, acalenta, também comunga com a mesma fleuma. Cúmplice no silêncio de evitar questionamentos, na inflexibilidade humana de se aceitar com verdade, incapazes que somos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vamos ver no que dá

Insone. Sem qualquer respingo de cansaço. Vai-se levando a noite na culpa. Com o remorso ponteando aqui e ali.
Devia tentar adormecer. Devia se recolher, se aninhar, ir para debaixo do lençol. Daria certo?
A verdade, a situação real, é mais forte. Sono zero.
Vá não.
Fique curtindo leseiras. Vídeos sem noção.
Só na interação. Faz de conta que estão falando de mim nas letras das múscias.
Faz de conta que sou o centro do universo.
Tudo foi composto para mim.
Lapada pela manhã.

domingo, 9 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Alpha 7

A covardia blasé é risível.

Adentro do claro-escuro

Madrugada não é fácil. Ir adentro fica para os acima da neutralidade, da covardia, da coragem, que se alimentam de expectativas, nunca desistem, ralam-se no final, no sol raiando, na luz revelando marcas antes invisíveis, dispensáveis.
Portadores de mertiolate natural, produzido pelo próprio corpo, lambem as feridas, aplicam o medicamento e se recolhem.
No casulo, ainda rescusam-se a desmaiar direto, cheios de estimulantes de bolso, solitários ou passados de mão em mão, se aguentam, não desistem, ilusionistas, iludidos, capengam, horas, horas e horas, suportam.
Não dá mais. Não dá mesmo? Não.
É queda. Lona. Nocaute. Sem direito à contagem regressiva, juiz, público, aplauso, vaia. Nem fazem questão.
Erguem-se quando é para se erguer, como podem. Água fria e reestruturação forçada.
Outras luzes agora.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Verme

Desconfiança é verme sem tamanho definido. Sem atuação precisa. Que se faz presente aqui e ali. Desaparece por isto e por aquilo. Volta. Some. Se esconde. Vai e vem.
Imortal.
Alimenta-se de sentimentos. Bons ou maus.
Se vai tudo bem, ele surge, morde com pouca força, suga devagar, incomoda leve, arranhando e assoprando.
Se vai mal, aproveita para mostrar força, robustez, esparramando-se pelo corpo todo, latejando pesado, em várias direções, em impensáveis momentos, causando inesperadas reações.
Verme grande e pequeno, depende do alimento encontrado, se o sentimento é demasiado ou medíocre, ou os dois, ou nenhum.
Até se inexiste algo para comer, o bicho dá um jeito. Hiberna, cristaliza, encasula-se.
Revive quando o ecossistema se faz habitável.

Alpha 6

O conceito do que é charme e personalidade mudou. Agora ambos são sinônimos de pernosticidade e pedantismo.