sábado, 15 de janeiro de 2011

Tempo do inferno

1... 2... 3... 4... 5 anos passaram.
11... 10... 9... 8... 7.. 6... 5... 4... 3... 2... quase um mês. Meses passaram.
Ainda não passou.
Pois é. Fazer o quê? Não pude. Tentei, eu juro. Fiz de conta, até amenizou, ficou mais raro lembrar, dias e dias sem a memória atiçar. É menos ansioso, menos pulsante, só de leve muitas vezes, muitas mesmo.
Mas a contagem do tempo se sabe, não se escapa. Tempo é implacável. Tanto reduz quanto acelera, oscila. Tanto mata quanto ressuscita. Não é por crueldade. É por nada importar. Tempo não sente.
Se fosse sentido, calaria, só observaria, se compadeceria, ajudaria ou, ao menos, se afastaria.
Não gritava tão alto, na boca do ouvido, para estourar o tímpano, quando dá na telha.
Tempo não perdoa, nem condena, e perdoa e condena. Tá nem aí.

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