quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Necessária anestesia

Olhando, olhando e só captando, sem interesse de intervir, de interagir, se meter, opinar, no máximo entender.
No máximo se perguntar, tentar saber, olhando expressões, intenções, ouvindo palavras ditas, tentando interpretar, decifrar, concluir algo.
Chega-se a uma compreensão, a uma sentença.
Mas larga-se de lado meses depois, dias depois, horas depois ou logo ali, na virada da esquina, na próxima cena. No novo desafio. E no novo desafio. E no novo desafio.
E o interesse vai diminuindo, definhando mesmo, passo a passo, muito e muito, até não se querer saber mais, se querer deixar para lá tudo na frente, tudo o que o em volta acha tão determinante.
Anestesia involuntária, que não se pediu, nem sequer se desejou, inclusive, tempos atrás, se rejeitou, se acreditava ser nociva.
Se é nociva, hoje, pouco ou nada importa. Vive-se os dias do tanto faz, do e daí, do quem sabe, do esquece isso.
Investigar pra quê? Supor... que nada! A desistência paira. Companheira, cheia de conselhos rápidos. Eficazes.
Anestesia, por favor!

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