domingo, 23 de janeiro de 2011

Adão, seu porra!

Pomo de Adão é carga. Fosse nos ombros pesaria menos.
É na garganta. Logo de frente. Ao alcance dos olhos. Ao alcance dos carimbos, das discordâncias.
Responsabilidade nem sempre pedida, nem sempre própria, nem sempre aceita, nem sempre levada com dignidade.
Tem quem ostente, quem disfarce, quem queira se livrar, doído e engasgante que é, prazeroso e detonador, fardo e crachá, me perdoe e olha com quem está falando. Determinante.
Pesado e leve. Cobrança e afirmação. Medalha e deformidade.
Ficou aqui na garganta, não foi, pai?
É para levar sem culpa. No orgulho da testosterona circulante. Meu Y. Para esfregar na cara. Para provar que há o direito a carregá-lo.
Para duvidar. Desafiar quem discorda. Peitar. Duvidar de novo. Por que não posso?
Sei lá... Devo mesmo? Vou sim... Tenho chance?
Impulso e retrocesso. Raiva. Justiça. Desafio. Porrada. Hombridade. Teste a todo momento, um atrás do outro.
Valeu, Adão. Vou para o ringue, o tatame, a rua.
Vou sangrar e estancar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário